Por: Vinycius Lopes
A série da Netflix começa com o áudio gravado pela personagem principal, a Hannah Baker: “Oi, é a Hannah. Hannah Baker. Não ajuste seu… seja lá o que estiver usando para ouvir isso. Sou eu, ao vivo e em estéreo. Sem compromisso de retorno, sem bis, e dessa vez, sem pedidos nenhum. Pegue um lanche. Se acomode. Porque eu vou contar a história da minha vida. Mais especificamente, por que minha vida chegou ao fim. E se você estiver nesta fita saiba que você é um dos motivos.”
“Os 13 Porquês” é uma adaptação do livro “Thirteen Reasons Why” escrito por Jay Asher e tem produção assinada pela cantora Selena Gomez. A série estreou globalmente no dia 31 de março contando o drama da jovem Hannah Baker (Katherine Langford) que se suicida após uma série de acontecimentos. Antes de tirar sua própria vida, Hannah grava 13 fitas explicando os motivos de sua decisão, e um colega, o Clay, as recebem após a consumação do ato.
“Clay Jensen, um estudante, volta para casa da escola, e encontra uma caixa misteriosa deixada na sua varanda. Dentro da caixa, ele encontra sete fitas cassetes de dois lados gravados por Hannah Baker, sua colega de escola e amor não-correspondido, que tragicamente cometeu suicídio há duas semanas. Nas fitas, Hannah desenvolve um diário de áudio emocional, detalhando os treze motivos pelos quais ela decidiu se suicidar. Suas instruções são claras: cada pessoa que recebe a caixa é um dos motivos pelos quais ela se matou. E, depois que cada pessoa termina de escutar as fitas, ela deve passar a caixa para a próxima pessoa. Se alguém decidir quebrar a corrente, outro conjunto das fitas será vazado para o público. Cada fita se dirige a uma pessoa específica em sua escola e detalha o envolvimento da mesma em seu suicídio.” Sinopse da série.
“Os 13 Porquês” aborda temas como calúnia e difamação, bullying, estrupo, auto-mutilação, depressão e suicídio. A série nos faz repensar a maneira de como tratamos as pessoas ao nosso redor, de como podemos ser mais um gatilho para o suicídio, a falta de maturidade de tratarmos o problema, piorando assim a situação. Quebrando o tabu de se discutir o suicídio, a série, que terá segunda temporada, conscientiza seus telespectadores que a violência física ou psicológica tendem a diminuir quanto mais forem debatidos.
“Você não precisa que o mundo te ame, mas merece que as pessoas te respeitem, respeitem seus limites e suas decisões.” — Relato da Hanna Baker.
“Você não precisa que o mundo te ame, mas merece que as pessoas te respeitem, respeitem seus limites e suas decisões.” — Relato da Hanna Baker.
A depressão e suicídio já é considerado um problema de saúde pública mundial. Não é ocultando o problema que ele passa a ser resolvido ou deixa de existir. Muito pelo contrário, é se debatendo na família, escola, faculdade, trabalho, igreja, etc.. que se cria conscientização, se combate e preserva vidas.
“Eu quis ligar pra alguém. Contar o que tinha acontecido, e que doía. Mas não havia ninguém ali. Ninguém com que eu pudesse contar. Ninguém disposto a abrir mão do sono para ouvir minhas queixas. Ninguém que se importasse. Então eu virei pro lado e a dor veio. Rápida. Forte. Devastadora. Senti minha alma se rasgando ao lembrar daquelas palavras. E dói. Ainda dói.”
— Relato da Hanna Baker.
— Relato da Hanna Baker.
Assim como Hannah, o individuo que está pensando em se suicidar pede por socorro de diversas formas, verbais e não-verbais. Alguns dos gritos de socorro da personagem são de muitos adolescentes, jovens e adultos. Alguns retratados na série são: “Baker, apesar de ter um bom relacionamento com os pais, não se sentia à vontade em conversar sobre seus sentimentos.”, “A jovem se sentia invisível e que só causa problemas aos outros.” e “Em um último ato, Hannah procurou ajuda, buscou ser ouvida e enxergada pela última vez, mas não se sentiu verdadeiramente acolhida.” A lista é extensa, porém citei 3 que ficam em evidência na série.
É necessário ter sensibilidade e ajudar aqueles que estão enfrentando a depressão e a vontade de suicídio. Deve ser tratado e entendido não só como questão espiritual, mas de saúde. Precisamos demostrar mais cuidado e afeto que estão escondidos em nós, estendermos a mão e ombro amigo. Em algumas situações o alívio virá não por falarmos frases de impacto, mas por emprestarmos um tempo para ouvirmos o desabafo e entendermos o outro. Precisamos dar mais valor a amizade, separar um tempo para solucionar problemas que não são nossos. Juntos devemos lutar para não sermos um porquê ou nos tornamos uma Hannah Baker.
Se você conhece alguém que está passando por depressão e vontade de se suicidar e ainda não tem um acompanhamento compartilhe ou ligue para o número 141 do Centro de Valorização da Vida que se encontra disponível 24 horas e poderá ajudar a solucionar a situação.
A série está disponível na www.netflix.com/br/ e para assistir é preciso criar uma conta. A plataforma de streaming de séries e filmes oferece 3 planos para o Brasil, o mais simples custa R$ 19,90.
Fonte: Irmão Baiano
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