Por: Vinycius Lopes
Oséias foi profeta no oitavo século a.C durante 5 reinados, sendo eles de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias e de Jeroboão. O livro escrito e que carrega o próprio nome do profeta significa “Salvação” e expõe o coração de Deus.
O profeta, a pedido de Deus, casou-se com uma mulher adúltera e que teria filhos da infidelidade. O casamento de Oséias foi a representação do que Deus estava vivenciando com o povo de Israel, a infidelidade espiritual por parte deles. A infidelidade espiritual é comparada ao adultério. Oséias sofria com a transgressão de sua esposa no matrimônio, contudo, apesar do descontentamento, mostrava misericórdia e amor para com sua esposa, sempre a aceitando de volta.
“Quando o Senhor começou a falar por meio de Oséias, o Senhor lhe disse: “Vá, tome uma mulher adúltera e filhos da infidelidade, porque a nação é culpada do mais vergonhoso adultério por afastar-se do Senhor”.” Oséias 1:2.
A esposa de Deus, os israelitas, tinha tudo o que precisava, não lhe faltava nada, porém obstinados se envolviam constantemente com outros deuses e com práticas pagãs. Deus assim como Oséias, ficava irado com o povo, e diante do adultério rejeitou o seu povo por um período e o puniu, mas não deixou de amar Israel. “Eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei.” Oséias 1:6. Israel foi castigado por Deus e está registrado em detalhes em Oséias 2:1 à 13.
Porém, assim como o profeta, o Senhor era misericordioso para se reconciliar e estabelecer uma nova aliança com Israel. Após a mulher do profeta se envolver com outros homens, ela foi rejeitada, maltratada e humildadas pelos mesmos, caracterizando os que os deuses fazem com aqueles que se aliançam com eles. No início tudo é maravilhoso, mas no final há um preço a se pagar.
Gômer, a mulher do profeta, mendigava o “amor” dos seus amantes e tudo o que eles por um momento a tinha proporcionado: “Ela irá atrás de seus amantes, mas não os alcançará; e buscá-los-á, mas não os achará. ” Oseías 2:7A. O profeta a encontrou abandonada, imunda, nua, mendigando o pão, teto, valor e amor que ela já tinha com ele. Gômer se lembrou de tudo aquilo que possuía com e através de Oséias, e arrependida decidiu voltar para o seu verdadeiro marido: “Voltarei para o meu marido como no início, pois eu estava bem melhor do que agora’.” Oséias 2:7. E Oséias restabeleceu a aliança com sua esposa, assim como Deus fez com o povo arrependido, que outrora adulterava com outros deuses. “Portanto, agora vou atraí-la; vou levá-la para o deserto e vou falar-lhe com carinho. Naquele dia”, declara o Senhor, “você me chamará ‘meu marido’.” Oséias 2:14,16B.
A lição prática do livro: Aprendemos que Deus ama o seu povo incondicionalmente e que apesar dos erros, quando se existe arrependimento genuíno, ele dá uma nova oportunidade para renovação da aliança que um dia foi quebrada. Podemos perceber também que durante todos os relatos da Bíblia, assim como na história de Oséias, Deus dá a condição da volta para a presença dEle e que ele faz de tudo para atrair o seu povo novamente. O casamento de Oséias caracterizou a infidelidade de Israel, contudo o amor e o perdão de Deus sempre disponíveis para com seu povo.
Destrinchando os capítulos por Dennis Allan:
Capítulo 1: Descreve o casamento de Oseias com Gômer e o nascimento dos filhos dela. O primeiro filho (Jezreel) foi do marido, mas a linguagem empregada e os nomes dados aos outros dois indicam que tenham sido gerados por outros homens.
Capítulo 2: Apresenta uma mensagem ao povo de Israel, baseada nesta experiência de Oseias, na qual Deus rejeita os filhos de Israel como filhos de prostituições. Israel é a esposa infiel do Senhor.
Capítulo 3: Usa a reconciliação de Oseias com Gômer para representar o perdão e reconciliação que Deus oferece ao povo de Israel.
Capítulo 4: É uma repreensão geral do povo de Israel por causa da falta de verdade, amor e conhecimento e a presença de mentiras, homicídios e adultérios.
Capítulos 5 à 7: São dirigidos aos líderes do povo, os sacerdotes, reis e príncipes, condenando sua corrupção e rebeldia contra Deus como motivos do castigo.
Capítulos 8 à 10: Frisam a severidade e iminência do castigo que Deus traria sobre seu povo.
Capítulo 11: Relembra o povo do amor de Deus desde a infância da nação, mostrando que eles reagiram com desobediência e traição. Mesmo assim, Deus mostraria misericórdia.
Capítulo 12: Mostra que, apesar de Judá ser mais fiel do que Israel, Deus também viu no reino do sul motivo para castigo
Capítulo 13: Reforça a mensagem principal do livro sobre o castigo do povo de Israel.
Capítulo 14: Afirma o amor de Deus para com seu povo e sua intenção de perdoar.
Fonte: Irmão Baiano
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